sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Impenetrável...




 Impenetrável...

Vejo pedras, paredes, um ciclo...
Impenetrável. Vejo a escuridão...
E não vejo suas mãos... Sua boca.
Nem ouço o seu coração, a sua voz...
Não vejo mais você...
Vejo o mar...
Não vejo um jeito de navegar,
nem como alcançar o horizonte...
Não sinto a brisa,
só a tempestade.
As ondas enfurecidas.
Parece que não há vida...
Vejo o infinito vazio...
Um céu sem estrelas...
Um luar pálido e triste...
E a imensidão
Mostrando a solidão...
Não posso voar...
porque o tempo se fechou...
Não vejo cor, nem luz. Foi assim:
Trancou-se a sete chaves se lacrou;
e eu não tenho como abrir, uma só,
para me dar esperanças...
Vejo com mais nitidez,
friamente sem emoção...
Que nenhuma gota derramasse,
que as lagrimas secaram,
E que agora estou vivendo,
o suplicio amargo
de ver tudo enterrado...
Cláudio Domingos Borges

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