terça-feira, 23 de abril de 2013

A história de Leandro...


A história de Leandro...

Abria os olhos para o nada, no branco da vida, onde nada existia, a vida se apagava o vácuo o consumia... A sua imaginação fazia o mais se consumir, como se quisesse desaparecer, na escuridão via o seu corpo num escuro total e sentia que estava morto. Estava onde quisera esta, só.

Com seus grilos, seus vícios, suas maldades. Tinha prazer em fazer as pessoas sofrerem, gostava de gargalhar, de zombar, de humilhar, era um divertimento bizarro doentio e diabólico. O mundo pra ele só tinha duas cores, preto e branco. Não perdia uma oportunidade, sua natureza era má, sem um pingo de humanidade e de amor...

Era jovem, vivia perambulando nos grandes centros urbanos, saiu de sua casa assim que atingiu 18 anos, e todos, parentes e vizinhos o conheciam, vivenciavam suas maldades, o sofrimento dos pais do garoto... Ninguém sabia explicar, porque pais que eram exemplos de amor e bondade, pais que o amavam e davam a ele boa educação e os melhores colégios...

Agora era o fim, aquele vazio era o inferno, enfim entendeu que ainda não estava morto, ele era levado para um túnel, onde tudo era branco como o gelo, vazio e frio, sem vida, queria gritar, matar, sair daquele lugar para de novo sentir o prazer de fazer as pessoas sofrerem...
Mais aquele túnel sem fundo o engolia sem piedade...

Não havia ninguém que o socorresse porque as pessoas se afastavam dele, com medo por  precaução; na verdade ninguém o queria por perto, era como se ele não existisse.

Nesse momento era justamente isso o que recebia: solidão e dor, vazio, penumbra, frio, e o pior não conseguia morrer... A consciência doía, era a primeira vez que sentia isso, talvez por está livre do corpo, por não está mais drogado, e foi assim aos poucos enquanto se desprendia sua consciência vinha voltando, acordando e o seu inferno acontecendo...

E como mágica o branco o vazio começou a tomar forma, via paisagens, sentia o vento, ouvia sons e vozes. Olhou ao seu redor, o túnel havia sumido, e alguém lhe dizia, está na hora de voltar e recomeçar, mais uma vez, até você aprender, quanto for preciso: para se iluminar perdoar e ser perdoado, expiar o que for necessário, porque assim é que tem de ser...

Seus olhos se abriram, suas mãos começaram a mexer, o seu rosto deu sinal de vida, e alguém gritava chorava e chamava a enfermeira. Venha ver ele está voltando, graças a Deus meu filho voltou, está saindo do estado de coma...

Cláudio Domingos Borges

Nenhum comentário:

Postar um comentário