segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Para você





Para você

Quanta beleza,
deslumbra, enfeitiça.
De tão bonita!
quanta grandeza...

Fico embevecido,
a olhar-te agradecido,
pedindo para ser atendido...

Sem demora,
entendido.
Os meus sentimentos
que a cada dia se revigora.
Um amor vivo se abrolha,
sem o meu consentimento...

Uma oração para o céu,
com fé para que retire o véu,
do seu lindo olhar,
e venha me enxergar,
com o coração...

E assim entender
o que eu sinto,
o quanto eu amo você,
um amor profundo e infinito...

Cláudio Domingos Borges

domingo, 29 de setembro de 2013

Centro dos meus sonhos



Centro dos meus sonhos

Não tenho como descrever,
esses sonhos, eu e você,
são lugares lindos, recantos de paz,
paisagens astrais,
lugares teatrais...

Esses lugares, onde o amor habita,
as cores e luzes em ribalta
no palco da vida...

Não tenho pretensão, de um amor,
tão arrebatador, encantador,
mais há um coração, frágil e apaixonado,
que me leva ao mundo da fantasia,
com a total primazia...

Somente eu e você, seria demais
para um sonhador? Orgulho? 
ou um grande amor...,

Porque mais que tudo,
no meu mundo, e no meu coração
só existe eu e você...
Cláudio Domingos Borges

sábado, 28 de setembro de 2013

Viagem





Amigos! saudações fraternais




Viagem
Nas viagens dos meus sonhos,
estais sempre presente...
Eis um sinal, que você existe,
e que não são quimeras.
Em algum lugar do passado,
e no futuro de algum jeito
convivemos nos conhecemos,
e temos muito em comum,
e algum dia nós nos encontraremos
para mais uma vez,
seguirmos juntos,
a novas conquistas...
Cláudio Domingos Borges

Lembranças Eternas



Lembranças eternas

...Existem lembranças
que não se apagam.
São chamas eternas
que permanecem
acessas no coração...

São vivas como
se tivessem inteligências,
Interagindo com nossos
sentimentos.
Fazem nos pensar,
forçando a gente reviver
momentos do passado...

...Imagens surgem
de pessoas amadas,
de lugares onde estivemos,
vivemos com prazer,
alegria, felicidades...

Essas lembranças,
são energias que vibram
para sempre nas nossas vidas,
pois são energias boas de Amor,
energia da alma e do coração...
Cláudio Domingos Borges

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Para te encontrar



Para te encontrar...

Foi preciso aprender
caminhar muito
transpor vários obstáculos
analisar, separar, escolher,
errar, acertar, amar, sofrer,
chegar a varias conclusões,
passar por inúmeras provações;
seguir, voltar até te achar,
merecer o seu amor, ganhar a felicidade,
de te amar viver ao seu lado.

Viver em paz, ver e sentir
o lugar certo, nos braços, no coração
na alma do nosso amor verdadeiro.
Sentir a segurança de ser amado
de não faltar absolutamente nada
para a gente ser feliz.

Foi preciso obter consciência
viver e sofrer a realidade da carne
para ver a realidade da alma;
e os verdadeiros sentidos do amor...

Cláudio Domingos Borges

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Um cenário de sonhos




Um cenário de sonhos

Obrigado meu amor
pelo coral lindo,
por ligar-se a natureza,
e em uma orquestra de grandeza,
faz o mundo se encantar.
O seu canto tem um brilho,
a emoção, faz o meu coração tremer.

Meu amor,
tudo para ao ouvi-la,
pensam que é uma sonata
que está no vento,
ressoando pelos
quatros cantos do mundo,
em homenagem de um grande amor.

As luzes se acendem,
o sol se põe a qualquer hora,
as estrelas em formação
formam cenários para encenar
teatros cenas de amores,
apaixonados cantando
uma sonata ao luar.

As luzes se apagam e acendem;
há todos os instantes,
temos um mundo que podemos mudar;
basta queremos todas as estações,
os arrebóis; a mais linda aurora boreal.
O nosso amor é um cenário de muitos sonhos
com tendências a se transformar,
por isso não paramos de sonhar...

Cláudio Domingos Borges.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Lamento



Lamento

Eu que sempre venho aqui,
só para te olhar, e fico,
sentado nesse banco de praça,
com o olhar direcionado,
para a flor mais linda desse jardim...

Já estou acostumado,
de lhe ver quase sempre com o seu namorado,
e já não fico mais enciumado,
vendo-te assim tão feliz,
com um sorriso encantado...

Não tive a sorte, o privilégio,
de estar vivendo ao seu lado,
participando desses momentos lindos e apaixonado...

E fico sempre pensando,
por que fiquei somente te contemplando,
a beleza que fulgura esse jardim...

Não quis o destino que eu fosse contemplado,
com a magia que fascina, e ao mesmo tempo,
me faz arrepender, por não ser mais ousado...
e as vezes lamento por lhe perder,
e por não ser o seu namorado...
Cláudio Domingos Borges

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Renovação


Renovação

Não há última jornada,
Nem a última estação,
O importante é,
Distribuir semente de amor de coração.
Não há a última parada,
Nem o lugar absoluto,
O que há são mudanças constantes,
Uma longa caminhada de renovação
Uma alquimia do amor.

Cláudio Domingos Borges.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Borboletas no jardim




Borboletas no jardim

Tal como é
Ao abrir um botão
-Deixa a sua nudez aparecer
-Mostra a sua beleza
Desabrocha igual a uma flor
Assim como as estrelas surgem no céu
Com todo o seu esplendor
-Bota pra fora
Despe toda sua emoção
Deixa o seu botão florescer
-Tal como é 
O esplendoroso sol
Deixa-te transparecer
No brilho do seu olhar
Quero-te ver surgir
Sair do casulo
Para me mostrar a tua formosura
-Como flores na primavera
E borboletas nos jardins.
Cláudio Domingos Borges

domingo, 22 de setembro de 2013

No dia que você chegou


No dia que você chegou.

Brilhos veios do céu, arco-íris,
para te coroar, flores num buquê,
jaspes marfim, jóias;
porvir do meu coração;
homenagens; cantorias;
sentinelas te contemplam,
bendizem nosso amor.

Círculos nos astros, sol, luzes no céu;
sua imagem é semelhante,
a forma que nos criou.

Brilho na alma cadencia calmo,
na terra há silêncio, paz no coração;
no olhar nada a ocultar:
há brilhos na alma,
como a noite de luar,
igual um céu estrelado,
um mundo encantado.

E havia muito tempo te esperando;
todas as homenagens de boas vindas,
da vida na terra, da vida no céu;
recebo-te meu amor,
é o meu presente, esse buquê de vida,
da minha vida a te ofertar.
Cláudio Domingos Borges.

sábado, 21 de setembro de 2013

Energia positiva



Energia positiva

Às vezes quero,
quando me insinua, como a lua,
quebrando o meu coração,
me encantando, me conquistando...

E não me queixo, não resisto a isso,
ainda mais com tais fragrâncias,
que me enfeitiça, hipnotiza...

E quando não quero, ai é que você vem,
e me seduz, como uma luz,
vinda dos seus olhos, me cativa,
e me leva para onde você quer...

E quando você vem, como uma brisa,
me acaricias com um toque suave,
um sussurro um beijo de uma flor,
e um sorriso cativante, desabrochando,
ainda mais o nosso amor...

E assim é o dia a dia contagiante,
revigorante com sua energia positiva,
do seu lindo amor...
Cláudio Domingos Borges

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Mundo parelelo


Mundo paralelo

Desperto do sono,
mergulhado no seu intimo,
no seu mundo dos sonhos...

Mundo paralelo,
místico de amor...
Mundo etéreo
o intimo, de nós...

Mundo dos sentimentos,
dos sonhos, o mundo belo,
de um todo, da união, da alma...

O mundo verdadeiro,
o habitar do nosso coração,
o mundo dos nossos sonhos,
mundo onde coexistimos,
a verdade de um grande amor...
Cláudio Domingos Borges

sábado, 14 de setembro de 2013

Inusitado



Inusitado

Quando menos se espera,
o inusitado acontece, 
você reaparece,
reascendendo esperanças,
revivendo o passado...

Como se reencarnasse,
e as doces lembranças
viessem a tona para nos unir outra vez...

Mostrando para nós retratos antigos,
onde erramos, porque nos separamos,
e o que temos aprendido,
como devemos agir, seguir...

O amor nunca esquecido,
apenas adormecido, agora reascende,
nos unindo outra vez.
Como novas oportunidades,
para que geramos a nossa felicidade.
Claudio Domingos Borges

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Palavras


PALAVRAS

Nas tuas frases,
acrescente poesias,
falem com o coração...

Como um condimento,
que faz transformar,
dá gosto na alma...

Acredita no que faz,
no que fala...

É a sua voz,
que compraz,
que entoa,
alimenta corações,
Incentiva,
soa num tom terno,
amoroso...

A sua fala tem o poder de unir,
de ajudar,
contribuir,
ensinar...

A harmonia das palavras,
irradia, fé e esperanças...

Faça das palavras,
caridades,
trabalho,
perseverança...

Para nutrir,
bendizer,
esclarecer...

Faça das suas palavras
um rico dicionário de afeto,
grandeza, libertação...

Que seja para construir
não para destruir...

E sim para distribuir
a paz e a união...
Cláudio Domingos Borges

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Viagem


Viagem

Tudo foi tão mágico.
Pena que foi só nessa viagem,
como se fosse uma parada,
uma visita rápida...

Só pra saber como você está,
matar a saudade te abraçar.
Talvez para me consolar,
foi permitido mais uma vez te amar...

E foi tão lindo esse encontro,
uma surpresa um presente estupendo,
que saberei reconhecer, agradecer...

Foi uma dose grande pra me acalmar,
rever o seu rosto, sentir o seu corpo,
escutar a sua voz...
A mesma voz a me dizer eu te amo,
como é bom te amar...

Como se o meu coração
reconhecesse-te de algum lugar.
Almas gêmeas a se encontrarem,
atraídas pelo amor, para se amarem...
Cláudio Domingos Borges

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Atos da vida




Atos da vida

Os atos da vida,
Justamente os que deixam marcas.
São os que enriquecem a mente,
e purificam o coração...
Cláudio Domingos Borges

terça-feira, 10 de setembro de 2013

O meu dom de te amar



O meu dom de te amar

É pra você, e por você,
e quando você olha, e pergunta quem foi que fez,
pode crer, todas essa maravilhas foi Deus
quem lhe deu, tudo que você precisa para viver,
se vestir, divertir, se alimentar, se maravilhar, emocionar, amar:
foi Deus que fez assim, para que possa aprender a ser feliz.
Foi Deus quem lhe deu o dom, a inteligência uma alma,
tudo que acontece foi por ti provocado, escolhido,
os amigos, os amores, o que você tem o que você é e faz e o que terá...
Tudo o que você vê e sente são as maravilhas de Deus,
trabalhando em você.
E assim é o meu amor, o meu carinho, tudo que eu faço,
uso o meu dom de amar que Deus me deu, e as mesmas maravilhas
que você vê para te conquistar, lhe agradar, usando o meu toque,
os meus sentimentos para demonstrar o meu grande amor por você...
Cláudio Domingos Borges

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Eterna Primavera


Eterna primavera

Fascinante é a primavera,
é como um sorriso, um aviso,
um abraço, um beijo,
da mãe terra...

Coisa mais linda:
as cores, as formas,
um luxo.
E o perfume que exala,
em nenhum frasco é igual...

Quantas formas...
Linhas,círculos, cubos,
corações, botões...
E as nuances imagináveis...
Ninguém pinta igual,
como as mãos da divina natureza...

Há primavera,
meu coração por ti vela,
minha alma estatela,
estrela dos meus olhos,
Toada do meu coração.
Minha eterna inspiração.
Tu és tão bela...
Cláudio Domingos Borges

domingo, 8 de setembro de 2013

Tudo tem um pouco de você


Tudo tem um pouco de você

Tudo tem um sentido,
causa uma reflexão,
tudo que você faz significa muito,
é algo de você.

Tudo que acontece
está envolvido contigo,
é o amor que está te desenvolvendo,
e nas pequenas coisas ele resplandece,
com a expressão dos seus sentimentos.

É como se você pincelasse pintasse,
e os teus toques tivessem magias,
dando vida sentimentos
a tudo que você toca.

Tudo se parece com você,
tem o seu cheiro,
as suas cores, a sua beleza,
o seu jeito, a sua luz.
Tudo tem um pouco de você,
e do seu amor.
Cláudio Domingos Borges

sábado, 7 de setembro de 2013

Caridade sem valor


Caridade sem valor

Se ouvisse o meu coração,
o quanto ele te sente,
e te ama,
certamente me atenderia...

Se decifrasse os meus pensamentos,
quem sabe ficaria comigo,
talvez só para experimentar,
ou por afeto, bondade ou amizade,
e até mesmo por piedade,
porque saberia como eu te amo...

Por um bom tempo,
você sentiria um amor de verdade.
Mas seria desleal, se por sua vontade,
se por amor, somente por me amar,
não estaria comigo...

Seria como lhe pedir para me trair,
trair meus sentimentos e os seus,
fingir uma realidade, uma ilusão.
Uma caridade sem valor.
E o resultado seria somente a dor...
“Só o amor tem valor verdadeiro...”
Cláudio Domingos Borges

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

O meu amor


O meu amor

Guardo o meu amor,
como um tesouro muito bem guardado,
para que o tempo transforme,
num belo presente, único,
para lhe agradar,
do jeito que desejar...

Estarei ligado a você pela eternidade,
esperando que um dia você me encontre,
pelos caminhos da vida...

Deixarei que a sua liberdade lhe encaminhe...

Será um dia você,
que abrirá as portas do meu coração,
quando os seus olhos lhe abrirão,
a fonte do seu amor...

Cláudio Domingos Borges

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Cidade das flores - Joinville



Cidade das flores (Joinville)

Alguns botões,
outras cores,
reflete na manhã
variedades de flores...

Despertando as emoções,
bela ocasião.
para lhe ofertar um botão...

Para passear nas alamedas,
da minha cidade...
Ver o sol se por,
e a cada cor os meus sonhos
Convergirem com meu amor...

Visitar a maior exposição,
deleitar a minha visão,
o meu coração
com a maior festa,
a mais bela com todas as cores,
perfumes e variedades,
a tradicional festa das flores...
Cláudio Domingos Borges

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Eu amo você


Eu amo você


Eu tenho você:
como sol encantado, que ilumina.
Alma, jovem primaveril,
mente viril.
Igual um céu estrelado,
enluarado.

Eu tenho você,
que encanta,
como o amanhecer,
nos verdes prados...

Sendo sempre amado, mimado,
regado beijado,
com amor.
Contagiado,
nos regatos,
e das verdes matas.

Minado,
arborizado,
com sonhos desabrochando,
alimentados pelo seu amor...

Eu tenho você como um colorado,
de alegria, satisfação.
Um lindo rincão,
de paz amor...

E amo você,
que me faz despertar,
para tantas coisas lindas,
que às vezes penso,
que é só amor;
e abriu os meus olhos,
as portas e as janelas de minha alma,
fazendo-me ver, sentir,
abrir a minha mente,
para coisas que eu não via.
Eu amo você.
Cláudio Domingos Borges.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

O garoto do morro (conto drama )


O garoto do morro (conto drama)

Na rua ia se formando,
crescendo sem orientação sem educação,
muitas vezes a dormir nas calçadas,
nas ruas, estradas:
andou, andando:
sem carinho, amor,
sem nenhum valor.

Desde pequenino,
ainda menino.

Seus pais sem nenhum ensino,
que destino,
lá no morro viviam;
comida quase não existia
onde a água não ia,
tomavam banho de bacia,
buscavam água num balde na bica,
abaixo do morro perto da padaria,
de dona Chica.

O esgoto era uma valeta,
infesta,
corria a céu aberto,
era difícil ficar por perto,
de noite e de dia,
ali tudo fedia.

O menino todo dia saia,
para onde ninguém sabia,
muito menos o que fazia,
maltratado maltrapilho, mendigava,
pequenos furtos praticava,
para todos pedia.

Nem pra casa o menino ia.
só às vezes quando a saudade batia.

O pequeno não imaginava,
inocente nem ligava,
só não entendia,
por que ninguém o via,
nem mesmo lhe ouvia,
dele todo mundo se escondia;
mesmo assim o menino sempre sorria,
e de nada entendia.

Até parecia,
que esse mundo cão não o queria.

O menino foi crescendo,
e aos poucos entendendo,
com outros moleques vivendo,
e então foi acordando,
notando:
que o povo vivia separados,
os mais abastados lá do outro lado,
e os pobres coitados na periferia.

As diferenças os separavam,
é por isso que não o notavam
só os que o viam,
eram outros meninos que também na pobreza viviam.

Começaram a chamá-lo de sujo,
pobretão vagabundo que ele devia estar recluso,
preso enjaulado para não incomodar aquela gente,
que pareciam tão imponentes,
que se achavam tão importantes,
eles são tão inconstantes.

Esse menino é um abuso,
vive toda vida sujo,
chama a policia,
pra livrar a gente dessa cisca.
que vive na preguiça,
com certeza vive a roubar,
não tem lugar pra morar?
nem pais pra olhar?

Começou a ir mais longe,
as vezes se perdia,
não sabia mais voltar,
para o seu ponto de todo dia,
no lugar onde sempre pedia.

Os seus olhos tão perdidos,
com os novos sentidos,
já desenvolvidos,
começam a desejar,
outras coisas tramar.

Via outros garotos sempre bem vestidos,
com dinheiro no bolso.
Será que eles são os bons moços?

É por isso que nada tenho,
preciso de um grande empenho
para conseguir um café um almoço,
se eu peço às vezes me dão,
jogam um dinheirinho na minha mão.

Parecem que fazem isso com nojo,
Isso me deixa furioso,
O que será? Ele vivia a se perguntar.

A raras vezes que voltava para o seu barraco,
tinha de levar uns trocos, alguns pães dentro de um saco.

Falava com seus pais,
que não suportava mais,
a respeito do desrespeito,
por que todos os maltratavam,
todos os magoavam,
e ele nunca tinha nada,
uma vida tão malvada.

Sua mãe derramava lagrimas,
só choramingava:
é a pobreza que é culpada,
entre soluços chorava;
seu pai nada falava.

Nem sapatos nem tênis,
nem roupas tão bacanas,
muito menos grana,
nem casa bem grande,
pintada com jardim,
nada de bom eu tenho em fim,
só tinha aquela choupana,
para as vezes dormir,
naquela horrível cabana.

Andava descalço de chinelo maltrapilho,
sem estilo.

Dava uma revolta,
sentia e via tudo a sua volta.

Na mente iniciou uma reveria,
uma ira,
ele também queria,
jurou que também conseguia;
queria vingar,
começou de repente a pensar em roubar,
outra maneira não via.

Dinheiro, tênis roupas bonitas,
talvez convidar as moças que de vista conhecia,
passear com ele, ganhar um beijo da menina Anita,
era ela que às vezes lhe olhava,
lhe direcionava, ele a sentia
tinha por ela uma grande simpatia.

Com um lindo sorriso,
cabelos lindos lisos,
mostrando os brancos dos dentes;
achava a menina mais decente,
com um corpo envolvente,
que o deixa com o coração a disparar,
o sangue latejar.

As vezes chegava perto para sentir o perfume,
chegava a sentir ciúme,
dos outros rapazes,
que entre frases,
as vezes beijavam sua linda Anita;
que no coração ele guardava.
ele perseguia a sua imagem a adorava,
ele a queria,
a sentia aquela moça bonita.

Resolveu lá num beco se esconder,
sem ninguém perceber,
o primeiro assalto ele faria,
qual a vitima quem seria?
uma bolsa com sorte nela muito havia.

E assim fez com uma arma de brinquedo,
sem nenhum medo ele agia,
foi se dando bem,
ousava sempre mais, ir além,
e roubava assaltava toda noite todo dia,
muito dinheiro já conseguia,
comprava roupas sapatos, tênis, tudo que sonhava,
tinha bastante, pra rapaziada repartia.

Ele sempre fugia,
fazia que não os via,
os traficantes que o assediava;
na mente ele guardava,
imagens de outros amigos,
que tomavam por castigos,
surras até a morte,
ninguém tinha a sorte,
da absolvição,
cada erro era uma condenação.
com o trafico ele nada queria não.

Um presente para a Anita a menina que amava,
pelo menos era o que pensava.

No outro dia ia procurar para com a moça falar,
se apresentar tão bonito quantos os outros;
tinha certeza que ela ia dele gostar,
bem vestido igual todos outros garotos.

Em frente ao colégio lá estava,
com paciência esperava,
a garota que tanto pensava,
um beijo um abraço de Anita ele sonhava..

A campainha soara.
o momento que sonhara,
lá vinha ela garota charmosa,
cercada por todos linda mimosa.

Ele chegou de mansinho,
devagarzinho,
pedindo licença pra passar;
a ansiedade não deixava quase respirar,
com o coração disparado disse olá..
Anita.....
contigo eu quero conversar:
balbuciava, as palavras, engasgava,
parecia está no ar.

Ela olhou curiosa,
orgulhosa,
com jeito mimada, soltou uma gargalhada,
junto com a rapaziada:
você não é aquele, mendigo esfarrapado,
pedinte esfomeado,
que vive nos semáforos, pedindo esmola?
vê se te olha, qual é a tua?
que aprontasse,
essas roupas roubassem?
com certeza já matasse.

Você menino de rua?
falar comigo? sai pra lá seu pobretão;
contigo não, jamais some e nunca mais apareça,
apodreça, suma por esse mundo seu vagabundo.

Os outros guris os colegas, vendo isso,
entraram na conversa,
zombavam, sai dessa,
seu lixo,

se não vamos te surrar,
vamos te dar uma lição para que se coloque no seu lugar.

Falavam, gritavam
urravam,
ao mesmo tempo davam socos e conta pés,
o garoto sem poder ficar de pé,
sentiu tudo girar,
e veio a desmaiar.

Até que uma hora o soltaram,
quando pensavam que ele estava morto o largaram.

O menino desmaiado fora levado por uma ambulância,
todo quebrado machucado,
ficou dias internado.
Nos dias que ficou hospitalizado,
muita coisa tinha pensado;
uma dela era se vingar daquela cadela,
que o humilhara,
e os seus colegas que quase o matara.

Finalmente sai do hospital, um pouco fraco, abatido,
desnutrido.

Só havia uma intenção,
parecia não ter mais emoção,
só o sentimento do ódio no seu coração.

No outro dia já muito melhor,
ia acontecer o pior,
desceu indo para o caminho,
onde Anita sempre passava;
num lugar escondidinho,
esperava,
ia pega-la e levar Anita lá no morro onde morava

Conseguiu com a arma de brinquedo,
sem nenhum medo,
apontou para Anita:
agora não grita,
nem se agita,
se não te mato, e jogo-te no mato.

Anita apavorada treme, não consegue falar,
estava só naquele itinerário, foi pega de surpresa,
indefesa,
não tinha como escapar.

Ele a agarrara, com a arma empunhada.

Com a alma desfigurada,
mostrava a estrada para Anita seguir,
rumando para o morro sentiu vontade de rir,
quero ver agora se é tão valente,
longe daquela gente,
nada pode fazer.

Chegou ao barraco:
levou Anita logo pro seu quarto;
apavorada, calada.

Sozinhos sem os pais que saíram
ele a possuiria.

Agora eu vou ter,
não adianta tremer,
o que há muito tempo eu desejo,
a começar por um beijo,
e depois você vai me pertencer.

Mais ele não sabia que a policia há muito tempo o seguia,
queriam pega-lo no flagrante,
o marginal que andava aprontando bastante,
e agora finalmente, eles o tinham ao seu alcance.

O garoto que o mundo não queria.
que todos o repelia.

Batem na porta com força,
para salvar a pobre moça;
abram senão vamos arrombar,
não queremos atirar,
você está preso não adianta, não pode fugir.
não tem para onde ir.

A moça quase a desmaiar,
começou a chorar,
a gritar!
cuidado ele está armado ele quer me estuprar.

Ouvindo isso a policia não pode esperar,
sem hesitar,
com arma em punho a porta começou a arrombar,
vendo o guri com uma arma nas mãos,
com aquela situação.

Sem perguntar,
deram tiros, muitos tiros, direto para matar.

E o garoto rejeitado pela sociedade morre sem poder beijar,
sem experimentar, o sonho realizar, de fazer Anita com ele se deitar.

(É a sociedade com suas diferenças, com suas desigualdades sociais, e os preconceitos.)
(E o resultado é a violência.)
Cláudio Domingos Borges.