terça-feira, 30 de julho de 2013

A rinha de galo

A rinha de galo

Seu João acabara de se aposentar,
ainda muito forte de aparência jovem...
Morava em uma linda casa, 
um terreno enorme
que daria para construir um lindo jardim,
ou um prédio de 4 andares...
Uma beleza a propriedade do seu João...
Dona helena não andava muito contente,
porque o seu João botou na cabeça,
que queria construir uma rinha de galo.
Dizia ele que era para passar o tempo...
Seu João adorava esse espetáculo deplorável.
Dona helena sempre avisava:
cuidado, um dia você vai se dá mal,
vão te prender por maus tratos de animais...
Más seu João não estava nem ai,
adorava aquilo, aqueles galos magros imponentes,
e assustados. Coitados dos bichos, tão bonitos,
sendo massacrados, e uns idiotas ainda aplaudem,
só para verem o sofrimento dos animais...
Sadismo ignorância dizia dona Helena.
Seu João não parava,
estava a todo vapor construindo a tal rinha de galo.
Ele já fazia parte de um clube de homens,
com os mesmos gostos e safadeza.
Esbravejava dona Helena:
Não tem nada mais útil para fazer?
injuriava o seu João. Vamos passear se distrair,
deixa de ser bobo homem, essa pratica medieval,
ainda vai lhe fazer mal para a sua saúde.
Não sabe que aqui se faz aqui se paga...
Seu João teimoso como uma mula,
arredio, fazia que não estivesse escutando...
Estava ele tratando de um galo
que desde pequenino havia criado,
tinha uma adoração por aquilo,
passava o tempo ali,
como se fosse a coisa mais importante da vida...
Dona Helena rezava, ia à missa e nada do seu João,
só queria saber de construir a rinha,
que por sinal, a obra já estava bem adiantada...
Dona Helena injuriada esbravejava:
O dia que esse galo morrer,
tu hás de morrer sua peste!
A relação dos dois estava se tornando um inferno.
Antes de se aposentar dava para aguentar,
era só nos fins de semanas que ele participava desse esporte maldito...
E por fim o seu João realizou o seu sonho.
No dia da inauguração, tava lá todo aquele pessoal,
os companheiros do seu João,
cerveja, churrasco, apostas e muitas gritarias...
Dona helena pensava como podem achar divertidos...
Uma barbárie dessas é o cúmulo...
A festa continuava, os galos estavam na rinha,
o jovem animal do Sr João estava pronto para brigar.
A primeira luta ia agora acontecer.
Seu João botava muita fé, tinha apostado muito dinheiro,
e estava bem animado...
Começa agora o momento esperado,
O jovem galo enfrenta, dá umas esporadas no seu oponente,
voa por cima, cai , levanta, geme cocoricó.... Cocoricó... Cocoricó...
O galo parecia pedir socorro, se debate, havia sangue na cabeça no peito.
De repente o galo titubeia, tonteia e cai...
Seu João preocupado corre, pega o galo chacoalha o bicho, e nada,
o galo havia morrido.
Seu João se desesperava, esbraveja. Grita, chora, começa a tremer como o galo,
dá um suspiro forte e cai...
As pessoas preocupadas socorrem o seu João, mas não deu tempo, não havia pulso,
batimentos. O seu João havia morrido, tal como predisse a dona helena...
A polícia chega, leva todo mundo, prende cobra multa.
E dona helena coitada nem chora, não sabe se sente dó ou alegria.
Ela não disfarça um sorriso leve, um estranho brilho no olhar...
Cláudio domingos Borges

Nenhum comentário:

Postar um comentário