quarta-feira, 21 de novembro de 2012

O mendigo de amor...




O mendigo de amor...

Na estrada de barro esburacada,
caminha, levando nas costas um fado...

Um segmento da humanidade,
ultraje, mas não chora,
as lágrimas não saem prá fora...

A dor,
rir da dor...

Incorporou tudo que é sofrimento.
Um mendigo de amor, da vida...
Sobrevive das migalhas,
nada lhe resta,
senão a beira da estrada...

A orquestra desvairada,
da chuva, do sol.
Por dentro a carne rasgada...

As noites de insônias a loucura do ciúme...

A vida sem cor,
a vida sem gosto,
a vida sem amor...

A vida definhando,
aos poucos se apagando...


Olhar vazio...

Um corpo uma mente uma alma,

no desvario humano,
na bestial condição...


Dorme com as lembranças,

na relva, na noite molhada...


Há muito tempo deixou,

deixou para trás...


Deixou o que dizia ser o seu amor...

A traição rasgou a sua alma...

Tudo o que jurou,

palavras que usou...
Para dizer por toda a minha vida...
Na tristeza,
na alegria, 
na dor,
na pobreza,
na riqueza...


O seu amor...

O que o seu coração sentia,
e sente é verdadeiro e leal...


Não conseguia admitir tal erro,

o da sua esposa,
o amor da sua vida...


A traição era descomunal.

sem perdão...


Fez o que achou correto...



Saiu sem destino,

acurvado, covarde,
sem coragem...
Mendigo,
pobre de espírito,
sem riquezas na alma...


Hoje recorda

o amor perdido...
E por esse amor sente-se sem leme,
sem volta, sem, caminho...


E aos poucos morre,

morre um mendigo,
um mendigo de amor...


Cláudio Domingos Borges








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